Memórias do Cárcere
- Rio de Janeiro
- 6 x 15 x 4.2 cm
- 2008
Em 3 de março de 1936, um destacamento da polícia de Maceió prende em casa Graciliano Ramos. O funcionário da Instrução Pública de Alagoas, alertado de véspera, já esperava de mala pronta e com a família de sobreaviso. O ato era parte da repressão do governo Vargas, desencadeada a partir de 35, com a desculpa de eliminar a ameaça comunista, mas no fundo abrindo caminho para a instauração da ditadura do Estado Novo. Graciliano passaria por presídios de Maceió, Recife e Rio de Janeiro, sem acusação formada, sem processo e, obviamente, sem sentença. Somente seria solto em janeiro de 37, devido à pressão da intelectualidade brasileira. Memórias do cárcere é o relato desse período, escrito por Graciliano dez anos depois e publicado postumamente. Constitui um testemunho fundamental da arbitrariedade, da violência e do atraso político incorporado à nossa cultura e história, cuja prosa precisa e pontual de Graciliano torna um texto maior da literatura brasileira. Adaptado para o cinema 1983 por Nelson Pereira dos Santos, o livro é a expressão mais íntegra daquilo a que se refere Murilo Mendes, nos versos que dedicou ao autor Murilograma a Graciliano Ramos Brabo. Olhofaca. Difícil. Cacto já se humanizando... Funda o estilo à sua imagem Na tábua seca do livro. Nenhuma voluta inútil. Rejeita qualquer lirismo, Tachando a flor de feroz. ... Em dimensão de grandeza Onde o conforto é vacante. Seu passo trágico escreve a épica real do BR Que desintegrado explode..